
Falar do tema alcoolismo é falar de um tema muito polêmico e ao mesmo tempo importante e complicado.
O alcoolismo na idade adulta é um tema crucial que afeta não só a saúde física do ser, mas também a saúde mental, intelectual tanto do sujeito quanto daqueles que fazem parte do entorno familiar e social.
Falando de números e porcentagem podemos dizer que entre 2 a 3% dos alcoólatras na população brasileira tem mais de 40 anos, pessoas consideradas adultas em potencial e em pesquisas realizadas ficou constatado que uma grande parte destes consumidores de álcool consomem a droga como forma de bloquear, inibir a solidão que sentem, por algum receio de não serem aceitos, por não saberem expressar seus sentimentos, por não aceitar a chegada da idade, por status social e tantos outros subterfúgios que são apresentados apenas como “defesa” da não aceitação; uma realidade que para muitos é muito difícil.
“Segundo o Dr. Camilo Verruno, diretor do Programa Nacional de Controle do Uso Indevido do Álcool (CUIDA), secretário da Comissão Nacional do Alcoolismo e professor adjunto de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires (UBA), as pessoas com mais de 40 anos o alcoolismo pode adotar formas diferentes de apresentação.
Em alguns casos apresentado como forma terminal da alcoolização a caracterização se dá pela dependência física que a pessoa adulta atinge depois de uma “longa carreira de anos bebendo de forma constante e como “desculpa” a introdução social em algum evento público ou familiar.
Aqui vale ressaltar que quando o alcoolismo vem acompanhado de uma alimentação regular esta atitude pode permitir uma sobrevida também regular, estes sujeitos considerados alcóolicos crônicos e na maioria das vezes não concordantes de sua condição com o passar dos anos passarão apresentar sinais de perda de memória, demência dentre outros sintomas mesmo mantendo uma alimentação regular ou o uso denominado “fins de semana”.
Outro grupo característico são os considerados “abusadores” que são pessoas adultas que não possuem uma situação socioeconômica, cultural adequada, que vivem sozinhos e que normalmente são rechaçados por suas famílias, recorre ao álcool como forma de efeito droga.
Utilizam “substâncias aditivas como o álcool para escapar de uma realidade que não conseguem e não podem assumir.”
Já sabemos que o alcoolismo é uma doença crônica que tem como característica a tendência de beber mais do que é devido, a impulsividade.
No corpo adulto maduro que naturalmente já está se fragilizando e que há um início de desgaste natural tanto anatômico quanto fisiológico e também em alguns casos psicológicos o uso constante ou esporádico do álcool afeta ainda mais as condições nutricionais do sujeito e consequentemente a saúde física também fica extremamente debilitada.
Do grupo de pessoas adultas que são dependentes podemos dizer que muitos deles sempre beberam nem que seja aquelas doses consideradas “sociais ”e quando alcançam uma “certa idade” começam a abusar do álcool por inúmeras razões, outros tantos nunca beberam, mas quando chegam à idade madura começam experimentando e acabam “tomando gosto” pelo sabor ou pelas reações que o álcool traz se tornando então dependentes e consequentemente abusando de uma tal forma que não conseguem mais controlar.
Portanto, o alcoolismo entre os adultos passa a ser uma questão muito mais comum do que imaginamos e é bastante preocupante esta estatística porque além das causas já mencionadas, o isolamento, a ansiedade, a inatividade profissional, as perdas naturais, a depressão e a baixa autoestima também são fatores que incentivam a pessoa adulta ao uso do álcool.
O uso constante então passa a ser um grande “perigo” e um “sinal de alerta” para aqueles que fazem parte do entorno em que o adulto vive porque além de que o corpo já não consegue mais ter a capacidade de digerir o álcool ingerido doses mesmo pequenas podem agravar outras doenças que por ventura o sujeito possa ter tais como: hipertensão, diabete, doença de Parkinson e Alzheimer precoces, impotência sexual, perda ou excesso abusivo do interesse sexual, cardiomiopatia alcoólica, doenças hepáticas, gastrites, úlceras, pancreatite, além de que também o estado de embriagues causado pelo álcool pode ser confundido com algum tido de demência ou mesmo agravar tais sintomas já diagnosticados.
É comum que pessoas que vivam no entorno familiar de um alcoólatra mesmo não assumido não se darem conta ou não “terem tempo” de prestarem atenção no uso abusivo do álcool, outro fator comum é a “vergonha” de admitirem tal fato ou até mesmo a negação da gravidade do problema alegando ser “coisas normal de adulto” e acabam por não darem a devida importância merecida elevando ainda mais os riscos causados pelo uso do álcool.
Não é muito difícil perceber quando um sujeito está se tornando ou já se tornou um alcoólico crônico, basta prestarmos atenção em alguns sinais que ele mesmo nos dá tais como: apresentação de perda de memória ou confusão mental sem a devida causa diagnosticada, quando observamos que ele está bebendo mais e está tendo menos efeitos visíveis dos que os naturais, quando o sujeito propõe algum “tipo de encontro” regado à álcool sem pretexto, alegando que beber faz bem, que raleia o sangue ou que é uma “boa companhia”, quando começa a esconder bebidas alcoólicas, quando sem motivo justo ele se torna agressivo, inconveniente, quando começam a se descuidar tanto da aparência física quanto da higiene pessoal, quando começam a perder o apetite, quando começam abandonar, descuidar daquilo que faz parte de seu entorno tais como animais de estimação, casa, contas, dentre outras obrigações naturais e diárias, quando a uma notável desnutrição corporal, dentre outros sinais que as vezes são subjetivos de cada pessoa.
O alcoolismo é uma doença, portanto não pode ser ignorada, precisamos estar sempre atentos a qualquer sinal que não esteja dentro da normalidade daquele sujeito que conosco convive, preocupar-se com eles é nosso dever, dar a devida atenção é de suma importância e caso seja realmente constatada a dependência é fundamental que procuremos ajuda médica e psicológica para que este sujeito possa superar e até mesmo vencer o vício porque as consequências do uso abusivo são graves e as consequências já foram mencionadas acima e também afetam o sistema neurológico causando confusão mental, coordenação motora reduzida, limitação da memória de curto prazo, deterioração dos nervos que controlam os movimentos dos braços e pernas, além de que o impacto psicológico pode causar uma interferência no convívio social e familiar gerando grandes problemas tanto para o sujeito considerado alcoólatra quanto para seus familiares e também para aqueles que com ele convive.
Portanto, carinho, atenção, cuidado, apoio constante, exercícios físicos, terapias ocupacional além da ajuda médica e psicológica são importantíssimas para que o sujeito se sinta seguro e confiante podendo assim vencer este vício considerado “maldito” e seguir seus dias até a finitude com dignidade, saúde, qualidade de vida e bem viver adequados à seu tempo.
Pense Nisso.
Gilwanya Ferreira
CRP 04/42417