Uma dupla inseparável

Quando falamos de Autoestima e Amor próprio é comum que ainda seja entendido como se fossem “a mesma coisa”, porém, não é, são dois conceitos, duas ideias que necessariamente precisam andar juntas para que uma possa sustentar a outra e ambas possam fortalecer o Bem Viver.
Para que possamos entender melhor sobre uma e outra é importante aprender que Autoestima é tudo que achamos de nós mesmos, como nos vemos diante do espelho que reflete nossa imagem, a autoestima implica na forma que nos vestimos, a maneira que nos enxergamos exatamente como somos e somos felizes assim, de como vemos nossas capacidades intelectuais, laborais e comportamentais diante do meio que vivemos, da sociedade cultural que estamos inseridos e até mesmo do mundo trabalhista enquanto ainda estamos nele.
Vamos em exemplos reais de autoestima, um jovem é considerado “incapaz” fora do padrão de comportamento desejado, de acordo com suas possibilidades financeiras não consegue “se vestir” ou é considerado “feio” baseando-se nos padrões sociais da localidade etc. este mesmo jovem é “criticado”, é colocado à margem, etc., porém por mais que possa doer ele(a) não se deixa abalar, acredita nas suas capacidades e “luta” para que possa alcançar o desejado.
Sua autoconfiança, sua aceitação, sua competência, sua sempre postura positiva elevam sua capacidade de auto colocação e consequentemente estas atitudes aumentam significativamente suas possibilidades de êxodo nos seus objetivos.
Quem nunca ouviu a frase: “elevem a autoestima de seus filhos para que eles possam crescer confiantes e sábios em suas decisões”.
Sim, é assim que precisa ser, é obrigação dos pais e responsáveis corrigir com sabedoria, não apontando erros e sim pontuando-os e fortalecendo nos seus pontos positivos para que durante o aprendizado esta criança possa entender valores que sustentarão sua autoestima durante sua vida.
Já o Amor próprio é tudo que nos possa capacitar dentro daquilo que aprendemos com a autoestima. O Amor próprio é a aceitação, é a valorização é a capacidade incondicional de nos amarmos acima de qualquer outro sentimento, é a permissão que nos damos de relevar críticas, de festejar nossas conquistas, de valorizarmos nossa imagem e nossa capacidade de produção tanto laboral quando social estejamos nós em que idade estejamos.
O Amor próprio sustenta a Autoestima assim como a Autoestima sustenta o Amor próprio, eles não vivem separados porque juntos conseguem aguçar, reforçar atitudes que nos permitirão ao longo dos anos enfrentarmos situações adversas enxergando nossas reais possibilidades mesmo naqueles momentos que são considerados altamente difíceis.
No Amor próprio encontramos em nós mesmos o aconchego da nossa presença, no Amor próprio aceitamos com naturalidade nossas imperfeições e somos capazes de corrigirmos atitudes próprias com naturalidade. No Amor próprio somos felizes independentemente daquilo que nos rodeia, somos conscientes de que aquilo “que chega” é para acrescentar, somar e não afetar o sentimento que já nos alimenta, a auto presença que nos fortalece.
No Amor próprio cada momento é “o momento” não cobramos de nós mesmos habilidades ou perfeições, somos o que somos e sabemos que podemos sermos ainda melhores a cada dia independentemente das possíveis críticas que possam surgir.
Quando há Amor próprio consequentemente a Auto estima estará “do lado”,
as avaliações vindas “de fora” não abalam nossas opiniões, não devem abalar.
O mundo lá fora muitas vezes é cruel, aponta “o dedo” sem filtro, não se importando com as possibilidades de ferir então, se nossas atitudes, nosso comportamento é correto, é saudável não é a opinião externa desconstrutiva que podem nos afetar. Somos o que somos e sabemos como seremos sempre.
Para avaliarmos nossas capacidades tanto de Autoestima elevada quanto de Amor próprio precisamos em primeiro lugar conhecermos as diferenças intrínsecas entre elas.
Na Autoestima claramente podemos perceber uma grande influência externa, ela pode se elevar ou baixar dependendo da força de nossa capacidade de compreensão, por exemplo: – Somos elogiados em alguma coisa, algum feito, somos promovidos por mérito e reconhecimento de nossa capacidade, somos “aceitos em um grupo diferenciado” etc., cada promoção pode massagear nossa Autoestima e nos impulsionar a novas conquistas não nos deixando “fora da realidade” e sim apenas nos revigorando para novos propósitos.
O contrário também pode acontecer em se tratando da Autoestima, se não estamos fortalecidos quanto às influências externas elas podem nos derrubar, fazer com que percamos a capacidade de controle positivo de nossas metas. Uma crítica desconstrutiva pode lançar em terra todo um projeto possivelmente bem sucedido, então é preciso sempre estarmos atentos à aquilo que recebemos, erramos sim, é natural um erro, uma incapacidade, um vacilo, mas é necessário aceitação e reconstrução positiva até alcançarmos o que queremos viver.
No Amor próprio a influencia externa é quase invisível, inatingível, porque o Amor próprio é alimentado pelas nossas próprias crenças e pelo nossa própria auto avaliação de quem fomos, quem somos, quem nos tornamos ao longo dos anos vividos e não serão as críticas advindas que mudarão negativamente nosso sentimento.
Para que possamos “garantir” com êxodo que tanto para que a Autoestima quanto o Amor próprio possam ser inatingíveis ao longo de nossa jornada é necessárias algumas atitudes de mudanças tais como:
– Buscar ajuda psicológica de um profissional capacitado de preferencia na abordagem Cognitivo comportamental para trabalhar mudanças, desconstruções e reconstruções de novos hábitos, fortalecimento ou refortalecimento de atitudes positivas, auto compreensão de sua capacidade.
– Descobrir ou redescobrir pequenos prazeres, momentos em que possam ser dedicados inteiramente a você, vá ao cinema, vá à cabelereira, à manicure, ao salão de beleza (feminino ou masculino), compre algo novo, se cuide não para o outro e sim para seu próprio olhar.
– Pratique esportes, caminhe, dance, a vida é feita de momentos.
– Não permita que invadam sua privacidade instituindo seus próprios limites e cuidando para não invasão dos limites alheios. Dizer não também faz bem.
– Eleve seus pensamentos para positividade, seja sempre grato (a) a todas as conquistas e reconhecido(a) das possíveis derrotas como aprendizado e não como algo que não possa ser modificado.
– Sorria sempre para a vida, caminhe de cabeça erguida, você é obra de Deus e, portanto, merecedor (a) de cada amanhecer vitorioso. Ame-se!
– Não se influencie, ou deixe-se abater por críticas, comentários maldosos, vista-se, como quiser e se sentir confortável, seja ético e verdadeiro, opiniões perversas prejudicam apenas a aquele que a pronuncia.
– Vicissitudes são normais, cresça com cada acontecimento, acredite no seu poder de mudança. O desapego é essencial.
– Faça novas amizades, preserve as antigas que lhe fazem bem, descarte sem pesar aquelas que te prejudicam.
– Viaje, passeie, saia para jantar, ir a um bar com amigos (as) ou mesmo sozinha, aprenda que estar bem não é necessariamente estar com alguém.
Haja com naturalidade e lembre-se, Autoestima e Amor próprio andam de mãos dadas e são eles juntos que te levarão a cultivar a resiliência, a entender melhor o que é ser confiante e principalmente manter o seu BEM VIVER.
Pense nisso.
Gilwanya Ferreira
CRP – 04/42417