A minha felicidade

Enquanto somos jovens não temos tempo de pensar nestas questões tão especificas que com o passar dos anos começam afligir nossos dias.
É comum observarmos crianças, jovens e até jovens adultos leves e sorridentes que por qualquer coisa e em qualquer momento as risadas saem soltas em tons de gargalhadas barulhentas.
Mas, o tempo que faz este mesmo tempo passar vai pouco a pouco nos mostrando outra realidade, outros momentos em que parece que aquilo que era “tão engraçado” não tem mais graça, aquilo que era tão divertido fazer não faz mais sentido, aí chegamos à conclusão que agora estamos no momento de: – “Bem vindos à idade madura!”
Não quero dizer aqui que quando estamos na maturidade da vida nos tornamos pessoas “chatas”, sem graça, ou que perdemos o humor, não é esta a questão em pauta, mas sim o que agora na idade madura pode fazer sentido para aquela gargalhada espontânea? O que agora nos faz rir até perdermos o fôlego? De verdade aonde mora a felicidade? A minha felicidade.
Falar da felicidade é dizer de acordo com a WikipédiA que: “a felicidade se define num momento em que há a percepção de um conjunto de sentimento prazerosos. É um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico, é o bem estar, o prazer interior” e assim por diante temos muitas explicações filosóficas que podem definir o que seja a felicidade porém, podemos também afirmar que a felicidade em si é algo peculiar, é singular, que o que pode ser felicidade para uns não é para outros então, o mais importante neste caso em si é podermos definir o que seja a MINHA FELICIDADE, onde cada um de nós define o momento de sentirmos este prazer tão pertencente a cada um.
Sabemos que a felicidade “não tem um endereço certo” que não há um lugar pré determinado ou uma receita como as da culinária, não, a felicidade pode estar em momentos tão simples, em ocasiões tão singelas que nem mesmo podemos imaginar.
A felicidade pode ser o simples prazer de comer algo que estamos desejando a dias, ela pode estar naquele lugar que estamos almejosos de conhecer, pode estar no sorriso maroto do neto que nos pede algo em especial, ou no semblante do serzinho que chega e que daremos a ele (a) o nome de neto (a), pode estar na graduação tão esperada de um filho, na conquista de um bem material, pode estar na alegria do reencontro com a (o) amiga(o) que a muito não vemos, a felicidade é descomplicada, é harmoniosa e sorrateira, ela lança sua “flecha’’ num momento tão inesperado que pode até nos surpreender.
Quando nos perguntamos e a Minha felicidade? Posso afirmar que ela é a construção, é a idealização permanente e sucessiva de momentos que vamos vivendo dia após dia na observação de coisas que parecem sutis, porém fazem toda diferença quando estes “pequenos achados” são valorizados.
É muito importante lembrar que, a felicidade, a nossa felicidade não está no outro, não está em coisas ou ocasiões e condições do outro e sim em nós, pois somos nós quem vamos avaliar e absorver aquele momento, aquela situação de acordo com nosso tempo interior.
Somos únicos e é exatamente por isso que temos momentos e sentimentos também únicos e por isso não devemos outorgar ao outro seja ele quem for a nossa felicidade pois ela já faz parte de nosso interior e o que precisamos é aprender, aprendermos a valorizar, a entender que se hoje “não deu certo” não implica que amanhã não dê, se hoje choramos de tristeza amanhã podemos chorar de alegria, se o dia de hoje nos frustrou amanhã será diferente, podemos nos surpreender e assim vamos levando nossas reconstruções, cada dia “derrubando” uma parede e a cada dia também construindo novas edificações.
A felicidade não se busca, ela já habita em cada um de nós desde que nascemos, e creio eu que até antes do nosso nascimento pois a felicidade está no ouvir do feto as palavras de afeto da mãe que tanto o deseja, a felicidade está no sentir o afagar na barriga, está no pulsar do coração, no sentir a vida brotar.
A felicidade está no observar detalhes de um dia de chuva, do sentir o calor escaldante na pele e entender “que é verão”.
A felicidade tem o sentido do amor, não só do amor que damos ao outro e sim também ao amor que dispensamos a nós mesmos, a felicidade está no ensejo que permitimos ao outro e acima de tudo a nós mesmos. A felicidade está nas oportunidades, nas oportunidades que é nos dada e até as que nos permitimos a tentar porque em algumas ocasiões principalmente na maturidade da vida elas nos é tirada e outras vezes nós mesmos a tiramos por não acreditar que ainda podemos.
A felicidade está nos acontecimentos diários que não nos damos conta, está no caminhar pela rua e sorrir para o outro até mesmo um desconhecido, está no sentar na pracinha e apenas observar a vida passar, está no papo furado com o (a) vizinha (o) sem pressa para terminar, está no jogo de baralho com as (os) amigas (os) apenas para deixar o tempo passar, no convidar alguém para experimentar seu bolo que acaba de sair do forno ou daquele prato especial que somente você sabe fazer, está no cozinhar, está naquela leitura que a tanto você esperava, está no aconchego da poltrona para ver um filme, ou apenas descansar, está na bola do sorvete preferido, está no abraço, no aconchego, está no aperto de mão e em milhares de “coisinhas” monstruosamente especiais.
A felicidade é o momento de coisas e situações alegres que nos é dado e que às vezes não damos valor, a felicidade é o amontoado de ocasiões sutis de alegria, a felicidade está no nosso autoconhecimento e na nossa autovalorização e também na nossa paz interior.
A felicidade em nossas vidas é fugaz, mas pode nos fazer viver ainda mais pois ela alimenta a alma e consequentemente a vontade de ainda mais viver e viver bem o nosso bem viver.
A felicidade, a nossa felicidade está na nossa própria criação, está na nossa flexibilidade de entendimento da vida exatamente como ela hoje está e quando toda está plenitude for algo que se torna corriqueiro aí sim poderemos dizer:
– Sim, eu sei “ONDE MINHA FELICIDADE ESTÁ”
E você, já sabe também?
Pense nisso.
Gilwanya Ferreira
CRP 04/42417