Um caso verdade.

Um dia alguém acordou bem cedinho e enquanto espreguiçava seu corpo já envelhecido bem devagar preparando-se para levantar percebeu que um belo sorriso também brotava de seus lábios e neste movimento ele sentiu a grandeza da vida, o quanto ele era grato por estar despertando para mais um dia, um dia saudável em que ele poderia ter a oportunidade de mais um sonho poder realizar.

Sr. João, 82 anos, viúvo, pai de 7 filhos, 3 moças e 4 rapazes hoje vive sozinho em sua casa e mesmo com a relutância de seus filhos ele prefere “não incomodar”. Desde que sua esposa partiu, por decisão própria Sr. João achou mais conveniente continuar sua rotina no “seu cantinho.”

Sr. João sempre foi um homem ativo, pratica esportes, gosta de ler, faz terapia, estuda um novo idioma, cuida de sua alimentação, tem uma pequena horta e um jardim lindo que mantem acesa as lembranças que lhe fazem bem.

A sua casa ele cuida com esmero da manutenção corriqueira do dia a dia e tem uma senhora que o ajuda desde o tempo de sua esposa 2 vezes por semana para as tarefas “mais complicadas”.

Em uma conversa com descontraída o que me surpreendeu foi a positividade de suas pontuações quanto à vida e uma das que mais me chamou atenção e me fez escrever este texto foi o quanto ele alimenta os seus sonhos.

Sabemos que o sonho tem várias explicações dando ênfase a aquilo que envolve as sensações, as emoções no estado do sono, são funções do cérebro que ajudam a regula-lo enquanto dormimos ou dentre tantas outras explicações o sonho é uma forma de processar as informações perceptíveis e as não perceptíveis adquiridas durante o dia porém, o que é importante saber é que a capacidade que temos de sonhar é inerente ao nosso desejo, dando  autorização ou não,  todos nós sonhamos, todos os dias, lembrando ou não do que ocorreu durante nosso sono o sonho esteve ali presente.

Mas, e o sonho que alimenta a vida? Aquele sonho que idealizamos que queremos muito ainda os viver? Como é?

Nossa capacidade de sonhar é o que impulsiona a vontade de estarmos vivos e vivermos intensamente nossos dias, é tudo que pode estimular nossos movimentos diários que darão vasão à nossa inteligência e a capacidade de sobrevivência.

Os sonhos são a base da memoria e é onde “plantamos” nossas esperanças e por que não nossas histórias.

Aquele que é capaz de idealizar um sonho, seja ele qual for, uma viagem, a reforma ou construção de uma casa, a compra de um carro, ou a cota de um clube, a festa de aniversário etc. seja em qual idade estiver estará de alguma forma emitindo para seu cérebro sinais de positividade e longevidade pois a programação da realização deste sonho traz movimento, e a execução do mesmo a VIDA.

Aquele(a) que sonha é ousado (a), muda a história de sua trajetória monótona, derruba o sedentarismo e na maioria das vezes consegue “subir ao pódio da vitória alcançada”

E foi isso que Sr. João fez, não permitiu que seus sonhos fossem embora junto com a partida de sua doce Eliza, manteve acesa a chama da vida e mesmo com a dor, permaneceu em seu equilíbrio emocional para que seus projetos e sonhos pudessem ser reescritos e pouco a pouco realizados.

Sr. João sempre esteve certo de que contra suas dores, traumas e frustrações o ideal seria controlar seus pensamentos e manter acesa a chama de seus sonhos e assim fazendo sua esperança também teria outro peso diante das possibilidades ofertadas em cada realização ou em cada derrota.

Sr. João me disse ainda que não é muito crédulo no que diz respeito ao destino, ele acredita que para todo sonho se tornar real é necessário dedicação, escolha certa e acima de tudo condições físicas e mentais preservadas e é só assim que um projeto pode dar certo.

Cada ser humano que sonha da ao seu corpo físico a chance de prolongar sua vida porque são os sonhos que impulsionam a existência humana e é claro para todos nós que quem perde esta capacidade de sonhar também perde a vida.

Se pensarmos nesta máxima também pensaremos na lógica que implica a longevidade, todas as vitórias vieram da esperança, do sonho de se construir e sobretudo pelo menos tentar a realização deste sonho.

Portanto vamos alimentar a chama da vida alimentando nosso desejo de sonhar e colocar estes sonhos na pauta das realizações.

Vamos nos pré-dispor a ir ao encontro de nossa felicidade que está justamente dentro de cada um de nós mesmos.

Reencontrando o desejo da vida, do movimento e consequentemente de uma qualidade de vida diferenciada estaremos no caminho certo de uma longevidade saudável e bem feliz.

Faça como Sr. João.

Carinhosamente

Gilwanya Ferreira

CRP 04/42417