A Beleza Crua e Nua do envelhecimento

O que podemos dizer sobre beleza quando estamos na idade madura? O que é a beleza e como ela é avaliada pela cultura que estamos inseridos?  A beleza da mulher madura é “diferente” da beleza do homem maduro?

Quais os padrões que podemos seguir? O que ou quem dita a moda sobre beleza física se em cada década que vivemos nosso próprio padrão muda?

São tantas perguntas, dúvidas que temos que quase não podemos responder com exatidão, mas é algo empolgante falar da beleza nua e crua de uma mulher ou de um homem maduro quando esta é algo que passa totalmente despercebido por tantos.

A três décadas atrás ou até mais, posso dizer, umas cinco talvez até mais ainda, a mulher depois dos 50 era vista como “velha” uma senhora, avó, os padrões eram cabelos talvez nos ombros para que pudessem usar coques, de preferencias precisavam já “mostrar” os primeiros fios brancos para que esta caracterização ficasse ainda mais acentuada ainda mais visível. Os vestidos eram mais larguinhos e abaixo dos joelhos, saias geralmente também compridas, blusas de gola, manga e se fossem à praia o maiô era a peça indicada, de preferencia aqueles que tinham “perninhas”. A maquilagem era no máximo um batom discreto “para dar uma cor aos lábios nada tão extravagante”.

Depois desta idade não era nem imaginável alguma mulher usar peças curtas, muita maquilagem e o biquini, este nem pensar.

É interessante escrever sobre este tema, porque comparando à beleza do homem maduro neste mesmo tempo este era considerado “charmoso”, os grisalhos então, faziam sucesso. Quando maduros usavam roupas sociais, as calças de alfaiataria mescladas às camisas ou mesmo às camisetas polos eram o puro luxo, chamavam atenção.

Os anos foram passando, a mentalidade mudando e agora estamos 24, quase quase 25 anos depois dos anos 2000 e tanta coisa mudou, tantas formas de enxergar esta beleza da maturidade que me orgulho em fazer parte desta geração.

Hoje com 65, também quase 66 anos me considero uma mulher madura, linda, cheia de marcas que na verdade eu não dispensaria nenhuma delas. Me orgulho da menina que cresceu sem preconceitos e não permitindo pré conceitos, da adolescente que se achava “orrenda” mas que cresceu e hoje quando me olho no espelho acredito nesta BELEZA CRUA E NUA porque eu aprendi que o envelhecimento é magnifico, é poderoso e traz junto com os pés de galinha, com os códigos de barra, com o famoso bigode chinês, com os fios brancos que insistem em sempre aparecerem e de preferência quando temos um evento rsrs, com a pelanca do tchau, com as marcas na pele, as celulites que se instalam…ah…. quantas marcas, quantos anos vivemos para chegarmos até aqui…. Que poder temos de hoje com a idade madura podermos olhar e dizer… AINDA ESTAMOS AQUI.

O envelhecimento é inevitável, envelhecemos na cronologia da vida, e este envelhecimento é o envelhecemos emocional, e também físico e se não nos prepararmos para tal, não conseguiremos enfrentar este tempo com sabedoria e a tranquilidade necessária.

Nosso corpo é degradável, naturalmente vai se desgastando porém hoje, nesta modernidade que vivemos podemos contar com a medicina estética para aparentarmos mais jovens, os botox,, os rejuvenescimentos faciais, as  tais harmonizações, os peelings os cremes, massagens, drenagens e tantos outros procedimentos de transformação que nem consigo escrever todos eles, mas estes  todos têm o mesmo objetivo, prolongar a aparência rejuvenescida do ser humano, sim, do ser humano porque hoje não são mais só as mulheres que buscam estarem aparentemente mais jovens, a busca pela estética, da beleza também chegou no mundo masculino e com uma força inesperadamente avassaladora.

Eu acredito nesta beleza digamos produzida quando estamos maduros, não sou contra, e aqui não é uma opinião de concordar ou não, mas eu não posso negar que sou fã número um da naturalidade, cuidar sim, claro, mas cuidar da saúde, do interno, do emocional, cuidar da beleza naturalmente que chega com cada ano que vivemos, cuidar da autoestima, cuidar do amor próprio, abusando do que a  modernidade nos permite, usar sem se importar com o que “o outro vai pensar”..

Usar nosso short, ir para a praia de biquini, usar um vestido ou uma saia mais curta e porque não uma blusa de alças finas e quando dar tchau rir da duplicidade do gesto em questão…

Sermos sinceros conosco mesmo sem lutarmos contra nosso tempo deixando que o tempo nos permita envelhecer, permitindo escrevermos nossas histórias através de quem somos hoje

Cuidarmos de nossa aparência sim, usando a nossa moda, aquela moda que é peculiar de cada um e não aquela que é ditada pela sociedade. Cuidarmos de nossos cabelos, se não nos sentimos bem com os brancos que ali estão que usemos a cor que mais nos agradar, afinal temos tão facilmente tantas cores em nossas mãos, não é?

É importante nos sentirmos bem, cultivarmos nossa aparência e a cada dia podermos nos olhares e sentir que somos plenas(os), termos uma boa impressão daquilo que está refletindo no espelho, nos orgulharmos de quem e de como somos isso faz parte do envelhecimento saudável.

Não pode haver algo mais lindo do que a beleza do corpo maduro que está saudável, não pode haver beleza maior do que atrás de cada ruga de expressão haver horas e horas de sorrisos e momentos de alegria.

Cultivar isso é cultivar a beleza plena e a grandiosidade da beleza crua e nua está exatamente neste olhar diferenciado, no permitir que cada um de nós, maduros da atualidade sejamos lindos, sejamos nós mesmos e que nos possa ser permitido este amor, esta admiração pelas nossas características únicas, peculiares e singulares para que em cada amanhecer está beleza crua e nua possa ainda mais florescer.

Pense nisso.

Gilwanya Ferreira

CRP 04/42417

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