As redes Sociais e a banalização do erotismo pornográfico na idade madura

Que as redes sociais chegaram para facilitar a comunicação entre povos ninguém tem dúvidas e entre as pessoas maduras com toda certeza foi uma revolução 360º.

É difícil encontrar alguém com mais de 50 anos que não se interage nas redes sociais sejam elas num grupo de família, whatsapp com os conhecidos, no face, no Instagram no tick toc e em outros tantos que há por aí, porém ainda existem as “salas de bate-papo”, estas chegaram com tudo, abriram as portas da imaginação, facilitaram a comunicação, a interação de povos de todas as crenças e objetivos.

Foi na virada dos anos 90 para 2000 o “bum” desta modalidade e a expansão foi inigualavelmente surpreendente alcançando o público idoso com maestria possibilitando a intercomunicação de interesses comum.

É possível encontrar pessoas que pela facilidade do anonimato usam estas salas para exteriorizar seus desejos íntimos, seus traumas e até fetiches nunca realizáveis “numa vida real”.

“Vovô negão dotado”, “Gordinha idosa gostosa”, “Vovô da colinho”. “Vovó mata sua fome” “Gaúcha B…” “Homem forte GG” e tantos mais que dariam um livro só de “codinomes”, todos estes com conotações explicitas para o alcance do objetivo.  Há também aqueles os que nos “nicks comuns” se expressam com características diretas ao abordarem “seus alvos”: – “Quer ver…? Vamos? Você quer…? e assim por diante até que conseguem o que buscam, mas por que hoje esta banalização se tornou tão comum?

A possibilidade da não se identificação mesclada pela liberdade de expressão e libertinagem fazem com que o ser humano se exponha mais nos seus desejos íntimos sejam eles expressos pelas mulheres ou pelos homens.  Há também aqueles que pelas frustrações de uma vida encontraram nas salas uma “válvula de escape” para seus fetiches, seus traumas e usam com frequência para o alivio das suas “dores emocionais” ou até mesmo como “auto afirmação do seu eu maior”

Não há uma contagem exata se são mais os homens ou as mulheres, sabemos que ambos entram quando para a banalização da sexualidade com o mesmo intuito, não serem identificados, usam as câmeras “sem rosto” para exposição de seus corpos nus ou mesmo apenas por palavras buscam a satisfação explicita de seus impulsos e quando seus desejos são satisfeitos apenas “saem” desligam e suas identidades verdadeiras estão preservadas até que em um outro momento possam “entrar novamente” usarem um novo nick e outras “presas” cativarem até mais uma vez o ciclo se repita.

Isto pode se tornar viciante, prejudicial até mesmo para a saúde mental do sujeito em questão.

Nos anos 70/80/90 uma pessoa com 50, 60 ou mais anos era considerada idosa, velha, fora da curva de se “modernizar” sua diversão, distração era para as mulheres cuidarem dos netos, fazerem ainda as tarefas da casa, cuidarem da dispensa, dar um ar mais romântico com seus crochês, tricôs, bordados, o chá da tarde com alguma(s) amiga(s) etc, já para os homens o baralho, as conversas jogadas foras na pracinha com amigos, o buteco da esquina eram o alvo para ainda se comunicarem.

Chegou então a internet e os meios de comunicação abriram um novo tempo uma nova visão desta geração que hoje está quase toda conectada, seja pelo celular ou pelo computador, lap top, tablet etc. Não podemos mais nos delinear sem estarmos conectados, é inimaginável a vida sem internet, tudo que buscamos, desde uma dúvida na saúde à uma receitinha rápida, desde um “conselho” fitness á uma fofoca atualizada, da tragédia no polo norte à um grande feito no polo sul, tudo, tudo chega imediatamente às nossas casas, nas nossas mãos apenas com um clic então por que não também as conquistas sexuais para o alivio de nossas tensões e o prazer também apenas com um toque? Este seria o pensamento destes (as) usuários(as) que chegam para tal banalização.

A cada dia mais e mais pessoas maduras descobrem o prazer de estarem “papiando” com alguém, descobrem que nestas salas ainda podem fazer novas amizades mesmo que virtuais, podem “conversar” teclando com pessoas de um “outro mundo” falarem de qualquer tema sem a necessidade de “mostrarem quem são”. Não posso negar que é algo incrível, cheio de “perigos” mais incrível  e para alguém de 60 mais que viveu uma era de “cartas pelo correio” que tardavam dias para chegar, que viu a evolução da Tv  preta e branca para a colorida, que achou o fax coisa de “outro mundo” a internet e o mundo virtual das comunicações é chocantemente frenético e é muito gratificante fazer parte desta geração e poder lembrar como foi e como é, mas é imprescindível lembrar que a banalização da sexualidade veio também avassaladora, que chegou para machucar sentimentos de  pessoas comuns e aquelas que veem cheias de traumas, fetiches ou outras intenções  entram com um intuito e podem “sair” ou deixarem muitas “marcas” negativas.

Precisamos cuidar de nossa saúde mental, precisamos primeiramente termos consciência da necessidade do “amadurecimento tecnológico” para estarmos envolvidos(as) neste mundo vulgar que hoje ronda as salas de bate papo e até mesmo outras redes com conotações indiretas.

É livre a comunicação, isto é fato, as vantagens da comunicação virtual, da interação entre povos é super valorizante até mesmo como inclusão porém,  é necessária uma seleção para alcançarmos o que queremos, se queremos bater um papo saudável , que possamos ter pulso forte para conduzir nosso interesse para a conversa que desejamos, tenho certeza que ainda há pessoas de ambos os sexos que não entram nas salas apenas para banalizar mais sim também para papiar, distrair, matar o tempo, passar informações valorosas e quem sabe poder fazer uma futura amizade sincera.

Vamos nos cuidar?

Pense nisso

Gilwanya Ferreira

CRP 04/42417

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