As pessoas quando chegam à terceira idade tem as características do sono alteradas, porém o sono vem sofrendo alterações antes da fase da velhice, à medida que vamos avançando na idade.

É durante a velhice que as alterações são mais marcantes levando muitos idosos a se queixarem. Esse assunto requer atenção, pois o desequilíbrio do sono pode favorecer o surgimento de doenças mentais, diminuição da competência do sistema imunológico, prejuízo no desempenho físico e dificuldades adaptativas, colocando o idoso em uma posição de vulnerabilidade e consequentemente sua vida em risco.
Um estudo recente intitulado “Sono no envelhecimento normal e patológico: aspectos clínicos e fisiopatológicos”, coloca que na velhice há uma diminuição do tempo de sono durante a noite, que os idosos demoram mais para iniciar o sono, sendo ele mais superficial, curto e fragmentado, e ainda que na terceira idade as pessoas vão mais cedo para a cama e acordam mais cedo também levando a uma sonolência durante o dia, sonolência essa que em excesso não é normal do envelhecimento. Além disso, são mais facilmente despertados por estímulos auditivos, demostrando uma sensibilidade aos estímulos ambientais.
A diminuição do tempo de sono está relacionada a uma área do cérebro (cortical) que tende a permanecer “alerta”. O ritmo de sono e vigília do idoso sofre alguma degeneração que acaba por levar o idoso a ir para a cama cedo e acordar mais cedo também. Outro fator que interfere nesse ritmo é a liberação da melatonina, um hormônio que influencia o ciclo do sono e que com o avanço da idade tende a ser diminuída durante a noite, e até de outros hormônios como o cortisol.

Além destes, existem outros fatores que podem influenciar a qualidade e estrutura do sono dos idosos, como: condições socioeconômicas, alterações degenerativas na função respiratória que contribuem para a ocorrência de apneias do sono (parada ou diminuição da respiração) e despertares, ingestão de drogas, lícitas e ilícitas, de bebida alcoólica e cafeína, e o consumo de alguns tipos de medicamentos.
Sendo assim é importantíssimo a observação atenta e diferenciada  de familiares, amigos e cuidadores  pois qualquer alteração implicará em um prejuízo lento porém  que muitas das vezes pode ser irreparável, pois uma boa noite de sono é essencial para manter a saúde e o bem-estar físico e emocional em qualquer idade, e quando falamos de pessoas idosas falamos de uma necessidade ainda mais impactante já que as alterações no sono podem acarretar sérias doenças e também problemas sociais.

Portanto, manter um sono de qualidade e resguardar sua manutenção durante o dia acaba por ser também um dos aspectos importantes de um envelhecimento saudável.

Pense nisso.

Gilwanya Ferreira

psicóloga clínica

psicogerontóloga

capacitada em sexologia clínica.